O tempo para todas as coisas.
Eclesiastes,
o livro e a mensagem
“Inutilidade! Inutilidade! Nada faz
sentido! Esse é o tema do livro. Encerra também uma tentativa de oferecer
uma resposta filosófica no tocante a como melhor viver num
mundo em que tudo parece estar destituído de sentido. O livro contém muita
coisa de beleza sublime e de sabedoria transcendente. Mas é radicalmente
diferente dos Salmos: sua disposição de ânimo predominante é de profunda
melancolia. Davi, pai de Salomão, na sua luta prolongada e penosa para
edificar o reino, sempre exclamava: ‘Regozijem-se!’, ‘Gritem de alegria!’,
‘Cantem!’, ‘Louvem a Deus!’. Salomão, sentado em segurança e paz no trono que
Davi levantara, possuía honrarias, esplendor, poder e vivia em luxo fabuloso.
Era o único homem no mundo inteiro que todos teriam considerado feliz. Apesar
disso, seu refrão incessante era: ‘Nada faz sentido.’ E esse livro, produto da
velhice de Salomão, deixa a nítida impressão de que Salomão não era um homem
feliz. Ocorre 37 vezes a palavra que significa ‘inutilidade’ ou ‘sem
sentido’ ” (H. H. Halley).
Discernindo
os tempos
“A presente era em sua condição, curso e valores” é
exatamente o que a palavra “geração” significa nesse livro. Deve-se observar
que cada exemplo de mudança (aquilo a que cada geração se dedica) é seguido por
uma sentença que indica a inutilidade de tais esforços. Para começar, a
instabilidade e a transitoriedade de cada geração ou de cada período da história
humana contrasta com a inexorabilidade e imutabilidade da ordem das
coisas. A impressionante roda do moinho da existência revolve-se sempre sobre
as mesmas engrenagens para ir alçando novos patamares.
O tempo e as relações interpessoais
Nenhum relacionamento humano sobrevive se você não
dedicar tempo a ele, e não há vida de qualidade se você não souber aproveitar o
tempo. É o que se deduz de Eclesiastes 9.7-9. Não conseguiremos desfrutar nada
do que Deus nos dá se não dedicarmos também algum tempo para
aproveitar essas dádivas (um passeio com família, um churrasco no
domingo, a leitura de um
Administrando
bem o tempo
Uma observação: o conteúdo da “Leitura bíblica em classe”
não foi explorado no comentário. O texto de Eclesiastes 3.1-8 não trata
exatamente da administração do tempo, mas de saber discernir a melhor atitude
nas principais circunstâncias da vida (quando falar e quando calar etc.).
“A seção [1.1—2.26] termina com a primeira
recomendação positiva do livro [2.24-26] [...]. Esse
refrão, insistindo em que a pessoa coma e beba e aprecie o trabalho
feito, recorre ao longo de todo o livro [3.12-13,22; 5.18-20; 8.15; 9.7-9;
11.8,9a]. A declaração final afirma que a vida é feita para ser apreciada,
é um dom de Deus, e as dádivas de sabedoria,
conhecimento e prazer são para aquele que
agrada a Deus[2.26a]. Embora possamos produzir e acumular as
coisas que esperamos nos tragam felicidade, a capacidade de realmente
apreciá-las não está em nosso poder; essa capacidade vem de Deus. Aqui o
Pregador apresenta uma alternativa para o quadro desalentador que vinha
pintando. Nem tudo o que está acontecendo “debaixo do sol” é tão sem
sentido; Deus é visto como aquele que está operando: Mas ao
pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar
àquele que agrada a Deus [2.26b]. O contraste, nesse caso,
se faz entre os resultados de dois estilos de vida diferentes: o “do pecador”
e o “daquele que agrada a Deus”
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